segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Bocejo

O bocejo é contagioso. E o culpado, é claro, é o cérebro (esse cérebro, hein). Temos uma tendência natural de imitar automaticamente tudo que vemos os outros fazerem.
A imitação é importante porque nos permite ter uma idéia das intenções dos outros e também aprender por imitação.
Algumas imitações se exteriorizam, viram gestos. Mas a maioria acontece só no cérebro. Mais especificamente, no córtex pré-motor, onde ficam os neurônios-espelho, que têm esse nome justamente porque refletem as ações que vemos.

A gente só não vive imitando todos os gestos dos outros, graças à ação de outro pedaço do cérebro, o córtex pré-frontal (ainda bem que ele existe!).
Ele impede que a imitação feita pelos neurônios-espelho seja executada e vire um gesto, muitas vezes ridículo (viva o córtex pré-frontal!!).



Mas se todas as outras imitações podem ser bloqueadas, por que o bocejo é irresistível ??
Porque quando você vê um bocejo, ou simplesmente ouve a palavra bocejo, além dos neurônios-espelho, seu cérebro aciona também a amígdala e o hipotálamo. São esses dois que provocam as alterações que acompanham o bocejo: a pressão arterial sobe, você se estica, inspira fundo e fica mais acordado.
Só que a amígdala e o hipotálamo escapam ao controle do córtex pré-frontal e não podem ser bloqueados. Por isso, quando seus neurônios-espelho decidem imitar o bocejo alheio e o programa do bocejo chega ao hipotálamo e à amígdala, a neurociência tem apenas um conselho a dar: tente ser discreto!

E aí, já bocejou?

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